COLETA 2017: Como foram os 5 meses de trabalhos

Por Amanda Cristina
 

A COLETA é uma ação de mobilização massiva de voluntários/as que arrecada recursos para financiar os projetos sociais desenvolvidos pelo TETO ao longo do ano. Nos dias 5, 6 e 7 de maio, mais de 6 mil voluntários foram às ruas de 9 cidades brasileiras denunciar a violação de direitos vivida por 11 milhões de pessoas no Brasil. Com muito trabalho e dedicação, levaram a mensagem de uma sociedade mais justa e sem pobreza, impactando a população para transformar a realidade da nossa cidade.

Os trabalhos para viabilizar a Coleta começaram cinco meses antes da ação. E o resultado foi positivo tanto nas ruas quanto no alcance da campanha oficial: foram 451 inserções em espaços publicitários, 46 aparições na imprensa e 5.542 novos fãs no Facebook.

A equipe foi composta por: Coordenadores Nacionais, Coordenadores de Sede,  Gerentes de Staff, Gerentes Operacionais, Gerentes de Mobilização, Gerentes de Comunicação, Líderes de Zona, Líderes de Esquina, Comunicadores, Voluntários e  pessoas que colaboraram de muitas maneiras. Todo esse Staff trabalhou nas ruas das cidades de São Paulo, ABC (SP), Santos (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro, Duque de Caxias (RJ), Niterói (RJ), Curitiba (PR) e Salvador (BA) para o bom desenvolvimento nos três dias de Coleta.

A campanha de 2017 teve a chamada: “Venha transformar a nossa cidade”, em que moradores e moradoras das comunidades que o TETO atua fizeram o convite para que todos trabalhem juntos pela transformação das cidades em que vivemos. As fotos da campanha foram inspiradas no projeto Follow Me To, do fotógrafo russo Murad Ossmann, em que ele registra paisagens segurando as mãos da namorada. No caso da Coleta, as fotos mostrava moradores (as) puxando os pessoas para dentro das comunidades para ajudarem a trabalhar pelo desenvolvimento da cidade.

Ana Carolina Lourenço foi Gerente de Mobilização de São Paulo e conta que com o auxílio das redes sociais, campanha universitária e eventos conseguiu o apoio de muitos voluntários. Além de convidar pessoas de fora, Ana teve que fidelizar e incentivar os voluntários de dentro da organização a participarem da coleta.

Em São Paulo, os trabalhos da COLETA tiveram início com uma roda de conversa com o Staff de outros anos, justamente para mostrarem o que havia dado certo e errado nas antigas coletas, e, com isso, dar maior direcionamento para os que estavam assumindo as funções neste ano. “Nós quisemos levar uma ideia de denúncia desde o começo. Ela começou desde janeiro quando nós aceitamos os cargos de gerentes. A cada momento nós conseguimos impactar mais pessoas. Mostrando como era o trabalho do TETO e o que era a COLETA”, conta Ana.

Outra maneira que o staff de São Paulo encontrou para realizar a mobilização foi com o evento do CINE TETO, exibindo o documentário “A Ponte”, que retrata a desigualdade social da ponte do Rio Pinheiros e mostra como vivem as pessoas na periferia da Zona Sul de São Paulo. A atividade foi seguida de uma roda de conversa para debater o Direito à Cidade e desigualdade social.

Uma das ações nas redes sociais que mais impactaram foi a criação de vídeos para chamar a atenção dos voluntários, já que os textos e emails  muitas vezes passam despercebidos pela grande maioria na correria do dia. No primeiro deles, a gerente de mobilização pediu para que voluntários que participaram do TETO nesses 10 anos, e que estavam em outros países do mundo, gravassem um vídeo para que os voluntários aqui do Brasil os representassem nas ruas. Foram enviados vídeos de lugares como Estados Unidos, China, Austrália, e outros mais de 15 destinos.

Ana Carolina usou o potencial das redes sociais para conseguir mobilizar o voluntariado. “Eu criei um manifesto de uma cidade para todos e todas. Ele foi criado em estilo de um abaixo assinado em que eu escrevi sobre os Direito Humanos e que muitas pessoas vivem com esses direitos violados. Se a pessoa não concordasse com isso, ela poderia se manifestar com a gente nas ruas, nos dias 5, 6 e 7 de maio.”, explica.

Além disso, foi criada a hashtag Coleta Explica, em que no horário da Coleta todos soltavam informações sobre o que era o TETO, o que era a Coleta, o que era pobreza multidimensional e quais são os focos de trabalho. Já o Desafio 3C consistia em convidar todo o Staff da coleta a curtir, comentar e compartilhar as publicações com a hashtag Coleta explica.

Todas essas movimentações nas redes sociais serviram para as pessoas perceberem que o “ir para a rua” não era só para arrecadar recursos, mas para se manifestar. “Isso fidelizou bastante, porque as pessoas estão mais engajadas em movimentos sociais e querendo se manifestar em decorrência de todo processo que estamos vivendo.” explica Ana.

Ana Carolina confessa que depois da Coleta ganhou muito mais força para lutar pelas coisas que deseja. Que viu como as coisas podem dar muito certo dependendo do tanto de empenho, dedicação e fé que é destinado para aquilo. “A Coleta significou para mim a experiência mais incrível e mais intensa da minha vida. Eu vivi cinco meses pensando que a cada não que eu levava e que os voluntários iriam levar nas ruas, não significava nada perto dos nãos que as pessoas levam todos os dias nas comunidades.” conta.

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